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domingo, 22 de setembro de 2013

Nas palavras da jornalista Eliane Brum toda vida é levada com o fio do extraordinário

   "Para Priscila, histórias reais para lembrar que toda vida é levada com o fio do extraordinário”, foi a
dedicatória que a jornalista Eliane Brum escreveu ao autografar o meu livro “A vida que ninguém vê”. Em minha opinião Eliane é uma das melhores jornalistas do Brasil e segue o caminho do magnífico Gay Talese. Ela veio de uma cidade do interior gaúcho e já ganhou mais de 40 prêmios de reportagem, mas os prêmios não interessam neste momento. O que importa é a sensibilidade transmitida em cada palavra escrita.

   Eliane escreve de uma maneira que somos conduzidos a adentrar o universo das personagens anônimas de suas histórias. Sentimos a magia no olhar do desajeitado Israel , a dor presente em “Enterro de pobre” e na saga vivida pelo “Menino do Alto”. Também vibramos pela vitória descrita em “Eva contra as almas deformadas”, uma mulher que não aceitou ser vítima e repudiou todo o preconceito que jogavam contra ela. “Eva é mulher, negra e pobre. Eva treme as mãos. Tudo isso até aceitam. O que não lhe perdoam é ter se recusado a ser coitada. O que não perdoam a Eva é, sendo mulher, negra, pobre e deficiente física, ter completado a universidade. E neste país. Todas as fichas eram contra ela e, ainda assim, Eva ousou vencer a aposta. Por isso a condenaram”. 

   As histórias das pessoas anônimas estimulam a minha reflexão e comprovam a tese de que jornalista não deve ficar atrás da tela do computador. Ele precisa se jogar na rua e gastar as solas dos sapatos. Observar, sentir, refletir e provocar um diálogo. Não há como fazer isso numa troca de e-mails. Não mesmo.  É pelo mundo que as grandes histórias serão encontradas. 

domingo, 15 de setembro de 2013

O desejo de morrer domina um grande número de pessoas

   Um status presente no Facebook sobre o suicídio fez com que eu lembrasse de um documentário que assisti. "Solitário anônimo" mostra a história de um idoso que decidiu morrer. Um intelectual que saiu de casa sem rumo, parou de comer e no auge da fraqueza foi levado ao hospital e "obrigado" a viver. O documentário traz uma reflexão sobre o direito de viver e morrer. Ele também coloca em questão o fato de o Estado ter a obrigação de cuidar dos cidadãos, logo, a liberdade de escolha da vida sofre interferência. 

  Em determinada parte do documentário o solitário diz não ter coragem de cometer suicídio, mas parar de comer não pode ser considerado um suicídio? Podemos dizer que é um suicídio em lentidão? 

   Enfim, quando estava no hospital o idoso percebeu que não tinha forças para lutar pela própria morte, seus argumentos e conhecimento não serviram para impedir as ações dos funcionários do hospital. 


Confira o documentário