Max Horkheimer e Theodor Adorno |
Esse termo foi
criado pelos estudiosos alemães Max Horkheimer e Theodor Adorno na primeira
metade do sec. XX para substituir outro, “cultura de massa”. Sua primeira ocorrência
foi no livro “Dialética do Esclarecimento: fragmentos filosóficos”. Segundo os
autores, “cultura de massa” induz ao erro que satisfaz aos interesses dos
detentores dos veículos de comunicação, ou seja, grupos empresariais ligados a
esse setor. Pois, pressupõe algo surgindo espontaneamente das próprias massas.
Enquanto, na verdade, a “indústria cultural” não apenas adapta seus produtos às
massas como determina seu consumo.
Logo, podemos
compreendê-la como:
“...cultura
massificada que é transformada em produto de consumo. É o processo pela qual
hoje se controla a produção de cultura de uma região, cidade ou nação.”
(Guerra, Mattos, 2008)1
“...realidade
do capitalismo, que precisa do consumo ativo para estabelecer-se e manter-se.” (Guerra,
Mattos, 2008)2
Contexto
histórico
Com a
consolidação do modo capitalista de produção no séc. XX, a Indústria Cultural
utilizou do conceito de produção em série e domínio das técnicas de reprodução
para exercer papel específico de portadora da ideologia dominante. Sacrificou-se
assim, a distinção entre o caráter individual da obra de arte e do sistema
social. Sua estrutura está ligada à fase monopolista do sistema capitalista,
período em que pode atingir plena configuração.
Com isso, o
domínio do homem sobre a ciência e a técnica, pensado pelos iluministas, como
modo de libertação do próprio homem, contraditoriamente, torna-o vítima do
progresso desse domínio. Assim, a Indústria Cultural passa a utilizar esse
progresso como instrumento para conter o desenvolvimento da consciência das
massas.
O sistema
“Característica
marcante da indústria cultural é que suas mensagens possuem uma lógica de
produção e distribuição semelhante às demais mercadorias no sistema
capitalista.” (Gomes, 2004)
O processo
operativo integra cada elemento. O produto oferecido com “nova fachada”, nada
mais é que representação daquilo que já foi ofertado de forma diferente. Mas,
continua sempre igual. Apenas um dos exemplos
para isso, são obras da literatura mundial ganhando suas versões cinematográficas
para deleite de um público que, provavelmente, já conhece o final da história.
O indivíduo
A indústria
cultural cria necessidades ao indivíduo que deve contentar-se com o que lhe é
oferecido. Assim, é possível organizar todo um sistema de consumo em que o
sujeito compreenda sua condição de objeto daquela indústria. Desse modo,
instaura-se a dominação natural e ideológica, levando o sujeito à alienação.
"... a
dominação economia sobre a vida social levou, na definição de toda realização
humana, a uma evidente degradação do 'ser' em 'ter'."(DEBORD, 1967)3
Para onde
vamos?
Ao voltarmos
nossa reflexão para a área jornalística, de modo bem sucinto, verificamos que a
indústria cultural auxilia o jornalismo através da manipulação das informações
por parte daqueles que detêm essa informação. Que, como qualquer empresa
capitalista, fabrica produtos padronizados que possam atingir a maior parte de
consumidores possíveis. Como a matéria prima nesse negócio é a noticia, só é
levado ao grande público aquilo que dá ibope, e por fim, gera lucro.
1. GUERRA, Marco
Antônio, MATTOS, Paula de Vincenzo Fidelis Belfort. Indústria Cultural. São
Paulo: Universidade São Judas Tadeu.2008.
2. GOMES, Pedro Gilberto. Tópicos de Teoria da Comunicação. São Leopoldo: Editora Unisinos, 2004.
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