Ao falar sobre cinema logo penso na
influência que ele possui em nossas sociedades, pode ser apenas algo para
entreter, um grande alienador integrante da Indústria Cultural ou uma arte
reflexiva, que nos faz enxergar e refletir sobre determinadas questões. Sendo
assim, concordo quando o cineasta iraniano, Abbas Kiarostami, diz: “Em minha
opinião, tanto o cinema como as demais artes deveriam interferir na forma de
pensar dos espectadores para fazê-los renegar os velhos valores e abrirem-se
aos novos”.
A História do cinema é repleta de obras
que foram além do entretenimento, por exemplo, Tempos modernos, de Charles
Chaplin, A Batalha de Argel, de Gillo Pontecorvo e Salaam Bombay, de Mira Nair.
Enfim, poderia escrever uma imensa lista de filmes desse estilo, mas dessa vez
o meu intuito é falar um pouco sobre o cinema iraniano.
Tempos Modernos, Batalha de Argel e Salaam Bombay |
Quando alguém pergunta o que você sabe
sobre o Irã qual é a sua resposta? É um lugar rico em petróleo, o presidente se
chama Mahmoud Ahmadinejad, é um país inimigo de Israel, se envolveu numa guerra
contra o Iraque. E o cinema? O que você sabe sobre o cinema iraniano? Hum...
ganhou o Oscar de melhor filme estrangeiro com A Separação. Sim! Todavia, antes
de A Separação o Irã já possuía um currículo imenso de produções
cinematográficas.
O país persa é simplesmente um dos maiores
produtores cinematográficos do mundo. Mesmo tendo muitas salas de cinemas
fechadas e até queimadas durante a Revolução Islâmica o Irã mantém uma
população que gosta muito de assistir a filmes. Nem a censura foi capaz de
deter a paixão que o povo iraniano tem pelo cinema. Tanto que o número de
escolas de cinemas está crescendo e a quantidade de diretores é imensa.
Mohsen Makhmalbaf |
Muitas das produções apresentam uma
crítica social, e usam a metáfora como ferramenta para escapar da censura. Apesar
de que o uso dessa figura de linguagem vem diminuindo. Alguns cineastas vivem
exilados por terem sido considerados inimigos do próprio país, como é o caso de
Mohsen Makhmalbaf. Pessoas como Makhmalbaf tentam mostrar ao mundo a violação
dos direitos humanos e a falta de liberdade que existe no Irã. Eles são
exemplos de coragem e persistência.
Para saber mais sobre o cinema e a
sociedade iraniana recomendo a leitura de “O novo cinema iraniano”, de
Alessandra Meleiro, e O Irã sob o chador – Duas brasileiras no país dos
aiatolás, escrito por Adriana Carranca e Márcia Camargos. Num próximo post
referente ao cinema iraniano pretendo falar sobre alguns filmes e outros
cineastas para que conheçam melhor o que é produzido pelo país dos persas.
Por Priscila Pacheco
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