Os textos informativos publicados
pelos periódicos ameaçados de “extinção” estão na história desde quando eram
utilizados somente para transmitir informações sobre os acontecimentos do
Império Romano. No decorrer da história surgiram as letteri d’avisi e posteriormente as gazetas,
ambas traziam informações relacionadas ao comércio.
Em 1447 Johannes Gutenberg
inventou a prensa gráfica que beneficiou a produção jornalística de maneira marcante.
No entanto, foi na Revolução Industrial que o jornal começou a passar por
modificações mais radicais. Pois a industrialização produziu máquinas, como impressoras
mais potentes, linotipo (máquina de composição tipográfica e de fundição de
caracteres por linha) e o telégrafo, que permitiram maior velocidade na produção
e difusão das notícias.
No fim do século XIX a produção
jornalística encareceu, a publicidade ganhou força no financiamento da imprensa
e a estética dos jornais passou por mais transformações, um exemplo, é o
surgimento das manchetes. Além disso, apareceram os folhetins literários que
atraiam leitores por meio de romances que fantasiavam a realidade. Logo o jornal tornou-se um negócio lucrativo
dando origem a magnatas, como Joseph Pulitzer e William Randolph Hearst, que
criaram grandes jornais sensacionalistas nos Estados Unidos.
Já no Brasil a história da
imprensa é mais recente, pois antes da chegada da família real, em 1808, a
produção jornalística era proibida. Quando Dom João VI chegou à colônia criou a
Imprensa Régia, que começou a produzir a Gazeta do Rio de janeiro, periódico
que difundia ideias monarquistas. No entanto, este não foi o primeiro jornal brasileiro,
pois em Londres o jornalista Hipólito José da Costa editava o Correio
Braziliense, o qual era constituído por uma ideologia republicana e circulava clandestinamente
por terras brasileiras.
Ainda no período que antecedia a
independência do Brasil surgiram novos periódicos que defendiam a dependência
do país em relação a Portugal. Um famoso periódico da época foi o monarquista
“O Amigo do Rei e da Nação”, de Ovídio Saraiva de Carvalho e Silva. Assim, as
ideias políticas do país começaram a ser expostas publicamente. Logo após a
independência do Brasil a defesa do republicanismo e da abolição da escravidão ganhou
forças nas publicações. O jornal “A Província de São Paulo”, atual “O Estado de
São Paulo”, surgiu em 1875 com o forte ideal de destruir a monarquia e a escravidão.
Todavia, da mesma maneira que no exterior os assuntos
presentes nos jornais não permaneceram somente nas questões políticas, a
imprensa brasileira interessada em aumentar as vendas e em prender a atenção do
leitor também começou a investir na confecção de folhetins literários. A
literatura adentrou as páginas jornalísticas por meio de folhetins estrangeiros
traduzidos para o português. Logo depois surgiram os escritos por consagrados membros
da literatura nacional, como Manuel Antônio de Almeida, que escreveu Memórias de
um Sargento de Milícias, que era publicado semanalmente no jornal Correio
Mercantil, do Rio de janeiro.
A partir da década de 1960 a
tecnologia adentrou as redações jornalísticas de todo o mundo para fazer com que
a produção do jornal ficasse ainda mais potente. No Brasil, por exemplo, a
Folha de São Paulo foi a pioneira na modernização tecnológica, pois começou a
utilizar a impressão offset em cores, abandonou a composição a chumbo para
adotar o sistema de fotocomposição, inaugurou a primeira redação informatizada
na América do Sul e em 1996 lançou o primeiro serviço on line de grande porte
no país.
Apesar da polêmica que gira em
torno do desaparecimento do jornal o que está evidente é que em pleno século
XXI ainda permanecem vivos grandes e importantes jornais em todo o mundo, como
o The Times (Começou a circular com o nome de The Daily Universal Register, em
1785), The Guardian (1821), The New York Times (1851) e O Estado de São Paulo (Começou
a circular com o nome de A Província de São Paulo, em 1875).
O próximo post abordará a chegada
dos concorrentes do jornal impresso.
Por Priscila Pacheco