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domingo, 22 de setembro de 2013

Nas palavras da jornalista Eliane Brum toda vida é levada com o fio do extraordinário

   "Para Priscila, histórias reais para lembrar que toda vida é levada com o fio do extraordinário”, foi a
dedicatória que a jornalista Eliane Brum escreveu ao autografar o meu livro “A vida que ninguém vê”. Em minha opinião Eliane é uma das melhores jornalistas do Brasil e segue o caminho do magnífico Gay Talese. Ela veio de uma cidade do interior gaúcho e já ganhou mais de 40 prêmios de reportagem, mas os prêmios não interessam neste momento. O que importa é a sensibilidade transmitida em cada palavra escrita.

   Eliane escreve de uma maneira que somos conduzidos a adentrar o universo das personagens anônimas de suas histórias. Sentimos a magia no olhar do desajeitado Israel , a dor presente em “Enterro de pobre” e na saga vivida pelo “Menino do Alto”. Também vibramos pela vitória descrita em “Eva contra as almas deformadas”, uma mulher que não aceitou ser vítima e repudiou todo o preconceito que jogavam contra ela. “Eva é mulher, negra e pobre. Eva treme as mãos. Tudo isso até aceitam. O que não lhe perdoam é ter se recusado a ser coitada. O que não perdoam a Eva é, sendo mulher, negra, pobre e deficiente física, ter completado a universidade. E neste país. Todas as fichas eram contra ela e, ainda assim, Eva ousou vencer a aposta. Por isso a condenaram”. 

   As histórias das pessoas anônimas estimulam a minha reflexão e comprovam a tese de que jornalista não deve ficar atrás da tela do computador. Ele precisa se jogar na rua e gastar as solas dos sapatos. Observar, sentir, refletir e provocar um diálogo. Não há como fazer isso numa troca de e-mails. Não mesmo.  É pelo mundo que as grandes histórias serão encontradas. 

Um comentário:

  1. Ler Eliane Brum quase me fez largar a Engenharia... E nesse momento estou sentindo inveja por sua dedicatória, ahahahah.
    Gosto da Eliane Brum justamente por isso, por imortalizar a vida que acontece enquanto desperdiçamos a nossa... Ela traz à tona que há algo muito maior que nossa mesquinhez...

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