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domingo, 9 de setembro de 2012

A sétima arte no país Persa



   Ao falar sobre cinema logo penso na influência que ele possui em nossas sociedades, pode ser apenas algo para entreter, um grande alienador integrante da Indústria Cultural ou uma arte reflexiva, que nos faz enxergar e refletir sobre determinadas questões. Sendo assim, concordo quando o cineasta iraniano, Abbas Kiarostami, diz: “Em minha opinião, tanto o cinema como as demais artes deveriam interferir na forma de pensar dos espectadores para fazê-los renegar os velhos valores e abrirem-se aos novos”.

   A História do cinema é repleta de obras que foram além do entretenimento, por exemplo, Tempos modernos, de Charles Chaplin, A Batalha de Argel, de Gillo Pontecorvo e Salaam Bombay, de Mira Nair. Enfim, poderia escrever uma imensa lista de filmes desse estilo, mas dessa vez o meu intuito é falar um pouco sobre o cinema iraniano. 

Tempos Modernos, Batalha de Argel e Salaam Bombay

   Quando alguém pergunta o que você sabe sobre o Irã qual é a sua resposta? É um lugar rico em petróleo, o presidente se chama Mahmoud Ahmadinejad, é um país inimigo de Israel, se envolveu numa guerra contra o Iraque. E o cinema? O que você sabe sobre o cinema iraniano? Hum... ganhou o Oscar de melhor filme estrangeiro com A Separação. Sim! Todavia, antes de A Separação o Irã já possuía um currículo imenso de produções cinematográficas.

   O país persa é simplesmente um dos maiores produtores cinematográficos do mundo. Mesmo tendo muitas salas de cinemas fechadas e até queimadas durante a Revolução Islâmica o Irã mantém uma população que gosta muito de assistir a filmes. Nem a censura foi capaz de deter a paixão que o povo iraniano tem pelo cinema. Tanto que o número de escolas de cinemas está crescendo e a quantidade de diretores é imensa.

Mohsen Makhmalbaf
   Muitas das produções apresentam uma crítica social, e usam a metáfora como ferramenta para escapar da censura. Apesar de que o uso dessa figura de linguagem vem diminuindo. Alguns cineastas vivem exilados por terem sido considerados inimigos do próprio país, como é o caso de Mohsen Makhmalbaf. Pessoas como Makhmalbaf tentam mostrar ao mundo a violação dos direitos humanos e a falta de liberdade que existe no Irã. Eles são exemplos de coragem e persistência.

   Para saber mais sobre o cinema e a sociedade iraniana recomendo a leitura de “O novo cinema iraniano”, de Alessandra Meleiro, e O Irã sob o chador – Duas brasileiras no país dos aiatolás, escrito por Adriana Carranca e Márcia Camargos. Num próximo post referente ao cinema iraniano pretendo falar sobre alguns filmes e outros cineastas para que conheçam melhor o que é produzido pelo país dos persas. 

Por Priscila Pacheco

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