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sábado, 1 de junho de 2013

A fotografia tem capacidade de denunciar e transformar

Ayad conseguiu operar o olho depois que as fotografias de Maurício Lima mobilizaram uma família americana.

   Em janeiro escrevi um post sobre uma exposição de fotografias que revelavam a História do Brasil. No texto citei o poder de reflexão que uma imagem é capaz de causar. Alguns meses depois retomo o assunto e reflito, mas não sobre a História do Brasil. Dessa vez o objeto que gera inquietude é a guerra.

   Por que fotografar a guerra? Fotografa-se para alimentar o sensacionalismo? Vender o sofrimento alheio? Não vejo a fotografia de guerra como algo negativo no sentido de se aproveitar da tristeza para ganhar status. Penso que as imagens dessas atrocidades têm a missão de denunciar o que está acontecendo longe dos olhos de muita gente.

   Robert Capa é um dos pais da fotografia de guerra. Ele esteve presente nos principais conflitos da primeira metade do século XX e morreu com a câmera fotográfica na mão após pisar numa mina terrestre, na Guerra da Indochina. Podemos dizer que Capa é um precursor da denúncia social que abrange os conflitos armados. 

   James Nachtwey é mais um exemplo desse grupo de fotógrafos. Ele foi influenciado pelas imagens da Guerra do Vietnã e por isso enxerga esse tipo de fotografia como uma poderosa denúncia de crueldade e injustiça.

Veja o documentário “Fotógrafo de guerra” que conta a trajetória de James Nachtwey


   O Brasil também não fica de fora quando se trata desse tipo de trabalho. Entre os fotógrafos da área podemos citar André Liohn e Maurício Lima. Ambos acreditam no poder de mobilização que a fotografia possui. Para Maurício cobrir guerra “É necessário e fundamental. É uma vertente na fotografia que, se bem executada, pode servir de agente transformador e de denúncia na vida das pessoas porque mexe com a emoção, o sentimento, a sensibilidade do fotografado e do fotógrafo.”.

   Agora eu pergunto: E você? Pensa como esses fotógrafos? A fotografia de guerra é uma importante ferramenta para fazer denúncias? Você se mobiliza quando vê uma imagem de guerra? Eu acredito que a fotografia tem esse poder de mobilização. 

   Finalizo esse post com um vídeo que eu e a Bianca Amorim preparamos. Nele nós mostramos o trabalho de Robert Capa, James Nachtwey, André Liohn e Maurício Lima.



Por Priscila Pacheco 

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