Autoras

terça-feira, 18 de junho de 2013

Falta de reeducação alimentar prejudica quem deseja emagrecer

   O excesso de peso é um problema preocupante na sociedade brasileira, pois tem atingido mais gente nos últimos anos. De acordo com a última pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde, em 2011, o número de pessoas acima do peso no Brasil subiu de 42,7% para 48,5% entre 2006 e 2011.

   Mas não é somente o aumento de peso que deve ser considerado um agravante para a saúde pública. O estilo de vida de quem tenta emagrecer, mas tem dificuldade requer muita atenção. Afinal, é comum encontrar pessoas que dão preferência às “milagrosas” dietas pobres em nutrientes, ao consumo de medicamentos diuréticos sem acompanhamento médico ou até à ausência de alimentação.

   De acordo com a nutricionista Giovanna Mauro e Silva, os problemas mais comuns causados pelas dietas “milagrosas” são “sonolência, perda de atenção, queda de cabelos e unhas, olheiras, entre outros, chegando a anemias e distúrbios”. Giovanna também informa que “existem situações em que os remédios para emagrecer podem servir de auxiliadores, porém não substituem a mudança de hábitos. Estes casos devem ser acompanhados por médicos que dirão o tipo de remédio a ser usado”.

   A psicóloga Andréa Bossan começou a tomar medicamentos diuréticos aos 15 anos de idade. Hoje, aos 40, afirma que conseguiu ficar muito magra, mas voltou a engordar. Tenta fazer várias dietas, fica sem se alimentar por um longo tempo e se rende ao consumo de shakes. Andrea reconhece que tem dificuldade em fazer reeducação alimentar e praticar atividade física. “Só não volto a tomar remédio, porque não posso mais. Se pudesse com certeza voltaria, pois é bem mais fácil e rápido para emagrecer”.

   Para Giovanna Mauro e Silva, “as pessoas tendem a se acostumar com o que comem e o quanto comem. E mudar os hábitos é o mais difícil”. Giovanna ainda afirma que “depois que perdemos os “vícios”, a reeducação alimentar se torna menos complicada”. Já Bruna Fernanda Makiyama Albano, também nutricionista, acredita que “as principais dificuldades encontradas atualmente são a determinação de horários e a escolha dos alimentos frente à correria do dia-a-dia”.

   Quem consegue seguir uma dieta saudável reconhece que há muitos benefícios. É o caso da assistente administrativa Carmen Morales, que conseguiu perder 7 kg mantendo uma alimentação balanceada e praticando exercícios físicos. “Além de perder peso, perdi medida. Me sinto mais leve”, diz Carmen, que acredita que a determinação é essencial para conseguir atingir os objetivos. Carmen faz hidroginástica três vezes por semana e, duas vezes por semana, pratica uma mistura de pilates, yoga e alongamento. “Sinto bem estar”, complementa Carmen.

Produtos orgânicos x Reeducação alimentar

   Segundo Giovanna, os produtos orgânicos “não têm influência direta na reeducação alimentar, pois o processo de perda de peso está associado a quantidades e tipos de alimentos. O fato de ser orgânico não torna este processo mais fácil ou mais rápido, apenas mais saudável”. Bruna complementa: “devem-se considerar as condições socioeconômicas do indivíduo e, portanto, nem sempre estes alimentos são acessíveis”.

   Levando em consideração a questão econômica, quem tiver interesse em consumir esse tipo de alimento pode optar por cultivar uma horta orgânica em casa. “Aqueles que aprendem a produzir o próprio alimento, cada vez mais procuram saber o que é importante na alimentação, mudando os próprios hábitos alimentares”, diz Carlos Daniel de Souza Rodrigues, especialista em produtos orgânicos e hortas caseiras.

Dúvidas frequentes

O emagrecimento rápido está mais associado ao efeito sanfona do que o lento? 

Giovanna Mauro e Silva - Sim, pois o peso demora um período para se adequar ao corpo, então quem perde muito peso rápido tem uma tendência maior a engordar novamente, do que os que emagrecem de forma lenta.

O consumo de medicamentos para emagrecer pode ser evitado ou há casos em que o uso deles é inevitável? Por quê?

G.M.S - O Consumo de remédios para emagrecer pode e deve ser evitado, pois o processo de emagrecimento consiste muito mais em uma educação alimentar do que no uso de remédios. Existem situações em que os mesmos podem servir de auxiliadores, porém não substituem a mudança de hábitos. Estes casos devem ser acompanhados por médicos, que dirão o tipo de remédio a ser usado, e para que situações, por exemplo: depressão, disfunções de hormônios e glândulas, entre outros.

Quais os principais problemas que o consumo de medicamentos diuréticos pode causar em quem tem dificuldade para emagrecer?

G.M.S - O consumo de diurético é muito associado ao emagrecimento, mas é ilusório. Pois ele reduz o inchaço e não a gordura. Seus efeitos são para reduzir a retenção hídrica, ou seja, eliminar água do corpo, e diminuir a pressão arterial. Assim, pessoas que usam sem recomendação médica podem ter complicações, como pressão baixa, enxaquecas, enjoos, taquicardia, entre outros.


Nenhum comentário:

Postar um comentário